Saiba tudo sobre meias de compressão antes de comprar a sua

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Cada vez mais os benefícios da utilização das meias de compressão vêm se tornando conhecidos da população em geral. Não só como opção de tratamento para problemas circulatórios como também para prevenção.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), estudos indicam que varizes têm uma prevalência de 38% dos brasileiros, sendo 30% homens e 45% mulheres. O percentual sobe para 70% em pessoas com mais de 70 anos.

Por isso a importância das meias de compressão como um recurso terapêutico. Inclusive há casos em que o tratamento com meias de compressão tem a cobertura do plano de saúde ou é subsidiado pelo sistema público de saúde.

É fundamental que haja o acompanhamento médico adequado, tanto para prevenção quanto tratamento de problemas vasculares, e até mesmo para a orientação quanto  à aquisção da meia de compressão.

Como surgiram as meais de compressão

Apartir dos próprios  problemas relacionados a circulação nas pernas, o engenheiro mecânico e inventor alemão Conrad Jobst desenvolveu as meias de compressão como conhecemos hoje.

Inicialmente Jobst percebeu o alívio que a piscina proporcionava às suas pernas. Por meio da pressão exercida pela água, os sintomas reduziam consideravelmente.

Com isso decidiu estudar como poderia aplicar esta pressão em tratamentos de problemas vasculares, dando inicio ao desenvolvimento de vestimentas com compressão.

O que é e para que serve a meia de compressão

São meias produzidas com a finalidade de melhorar a circulação. Possuem diferentes níveis de compressão medidos por mmHg (milímetros de mercúrio).

Diferente de uma meia convencional, as meias de compressão são terapêuticas, ou seja, servem para tratamento e prevenção de doenças circulatórias.

Por isso é importante distinguir uma meia elastica de uma meia de compressão terapeutica:

Meia elástica

São meias com maior elasticidade do que meias comuns, utilizadas por esportistas algumas vezes, mas sem uma compressão definida. Inclusive podem ser encontradas em lojas de artigos esportivos.

Meias elásticas, não terapêuticas, não possuem uma graduação da compressão definida. Portanto não há como saber a dosagem exata de compressão exercida pela meia.

Meia de compressão para varizes, ou meia de compressão terapêutica

Estas são fabricadas por industrias especializadas, que estudam e desenvolvem soluções para problemas circulatórios em parcerias com médicos especialistas. São também conhecidas como meias medicinais, passam por testes específicos para a verificação correta do nível de compressão.

As meias medicinais são vendidas em lojas especializadas, conhecidas como casas cirúrgicas, onde é feita a verificação das medidas de cada pessoa antes da venda do produto.

As meias de compressão para varizes ou meias terapêuticas são como medicamentos, possuem diferentes dosagens de acordo com os níveis de compressão, sendo:

  • 15 – 20 mmHg – suave compressão

  • 20 – 30 mmHg – média compressão

  • 30 – 40 mmHg – alta compressão

  • 40 – 50 mmHg – extra alta compressão

 

Quando devo usar uma meia de compressão

De acordo com a Dra. Luana Parminondi Rocha (CRM-PR 25890), médica especialista em cirurgia vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, existem diversas situações para a indicação de meias de compressão, tanto para prevenção quanto para o tratamento de doenças vasculares.

Tratamento

Para pacientes com sintomas de doenças vasculares mais intensos, Dra. Luana ressalta a importância da orientação médica pois as meias de média e alta compressão podem ser indicadas em casos de varizes com tendência para edema (inchaço), tratamento de trombose venosa profunda (TVP), após procedimentos cirúrgicos entre outras indicações.

Prevenção

Dra. Luana aponta que a prescrição de uma meia de suave compressão como uma abordagem preventiva é feita em pacientes que apresentam alguns sintomas leves, tais como pernas cansadas ou doloridas com tendência a edema.

Também é indicado em viagens de longa duração, para gestantes e para pessoas que trabalham por muito tempo em pé ou muito tempo sentado.

Dificuldade na colocação das meias de compressão

Devido a resistência do tecido as meias de compressão são um pouco difíceis de colocar, principalmente as de maior compressão.

É comum que as pessoas desistam do tratamento pela dificuldade na colocação da meia. Por isso é importante a orientação médica, e o auxilio de pessoal especializado nas lojas onde as meias terapêuticas são comercializadas.

A boa notícia é que existem técnicas e recursos facilitam a colocação da sua meia de compressão. No vídeo abaixo podemos verificar a técnica adequada para colocação da meia de compressão.

 

Além da técnica algumas pessoas optam pela utilização de um dispositivo que auxilia na colocação da meia, chamado de calçador.

Dispositivo para auxiliar na colocação da meia de compressão

Em idosos a dificuldade de utilização das meias é ainda maior, nesses casos o ideal é que haja o auxilio de outra pessoa para a colocação. Especialmente por se tratar de uma faixa etária ainda mais ensível aos problemas vascualres.

Medidas das meias de compressão

Muitas pessoas imaginam em um primeiro momento que, as meias de compressão são feitas sob medida. Quando na realidade as meias seguem uma grade de tamanhos, com variações no diâmetro e altura da perna.

As indústrias buscam oferecer uma grade de tamanhos que atendam a maioria das pessoas. Por isso a importância da medida correta da circunferência e altura da perna.

Sempre a tabela com as medidas que orientam o tamanho adequado da meia de compressão vai estar na própria embalagem do produto. Em alguns casos o médico faz a medida no consultório e coloca na receita, ou então na loja o atendente verifica as medidas e define o tamanho correto.

Há casos não tão raros, em que devido ao inchaço uma pessoa pode apresentar uma diferença de 1 cm ou mais entre a perna direita e esquerda. Nesses casos é preciso avaliar as medidas comparar com a tabela e eventualmente comprar dois pares de meia, um de cada tamanho.

Meias de compressão são desconfortáveis

Atualmente existem meias com uma tecnologia que oferece efeito climático, ou seja, o revestimento interno da meia proporciona uma sensação muito mais agradável tanto no calor quanto no frio.

Todas as marcas oferecem meias com diferentes tecidos, desde o tecido mais simples, com menor durabilidade até aquele tecido de qualidade superior. A qualidade do tecido tem impacto direto no preço, conforto, durabilidade e até na facilidade de colocação da meia de compressão.

Existe é claro certa dificuldade na colocação da meia, no entanto como falamos essa dificuldade pode ser minimizada com o uso da calçadeira ou com a técnica adequada.

O importante é ter em mente que a meia de compressão é um tratamento, e muito eficaz por sinal. Por isso a importância de ão desistir do tratamento apesar das dificuldades.

Por quanto tempo usar a meia de compressão

Em termos de uso diário, o recomendável é a utilização durante o dia, retirando-se a meia de compressão a noite para dormir.

Quando falamos de tempo de tratamento, é uma recomendação exclusivamente médica. O tempo de tratamento com meias de compressão está relacionado ao problema de cada paciente e a estratégia de tratamento adotada pelo médico vascular.

Como saber qual a meia de compressão ideal

Conforme falamos anteriormente a compressão da meia é equivalente à dose de um remédio, quem define é o medico vascular em sua avaliação do paciente.

Se você nunca utilizou uma meia, procure o médico. Muitos problemas vasculares podem ser evitados com medidas preventivas.

 

Colaboraram neste conteúdo:


Dra. Luana Parminondi Rocha – CRM/PR 25.890 – Médica Angiologista

 

  • Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Paraná;
  • Residência Médica em Cirurgia Geral pelo Hospital Angelina Caron;
  • Residência Médica em Cirurgia Vascular pelo Hospital Angelina Caron;
  • Título de Especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular;
  • Título de Especialista em Ecografia Vascular com Doppler pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e Colégio Brasileiro de Radiologia;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular;